Domingo, 10 de Janeiro de 2010
a trata como devia....
Na 3ª feira de tarde o telemóvel tocou. Era da Segurança Social a dizer que a criança sobre a qual nos tinham falado em Outubro tinha finalmente o seu processo desbloqueado. O tribunal tinha decretado que ela podia ser entregue para adopção. E que queriam falar connosco sobre esse assunto. Marcamos logo reunião para a manhã do dia seguinte.
E ontem por volta das 10 horas lá estávamos nós nervosos e em pulgas à porta da morada indicada. Disseram-nos que o menino estava em condições de ser adoptado e ser nós estávamos mesmo interessados em avançar com esse projecto de vida. Claro que sim! Esperamos tanto tempo por este dia! Falaram-nos do menino (que agora está com 12 meses, quase 13), tivemos acesso ao seu processo e até fotos dele nos deram... É lindo, lindo, mesmo com aquele ar de quem precisa de muitos mimos e amor. Já estou tão apaixonada por ele...
5ª feira vamos conhece-lo pessoalmente, passar tempo com ele, tratar dele. Isto porque ele sempre viveu na instituição onde está agora e já criou laços com as pessoas que lá estão, por isso tem de se ir adaptando a nós. Quando ele estiver pronto, irá para casa connosco. Ficará 6 meses em fase de pré-adopção e se tudo correr bem, será decretada a adopção plena.
Ai que emoção, nunca mais chega a próxima 5ª feira!!!!!!
Ainda não contei ao Dinis. Falta tempo e isso é algo que ele não ia compreender. Vou conversar com ele, até porque disseram para levarmos um brinquedo ao menino que ele depois levaria para nossa casa com ele e eu queria que fosse o Dinis a escolha entre os muitos brinquedos de bebé que ele ainda tem e de que gosta.
Quarta-feira, 4 de Março de 2009
Pelos vossos comentários, sei que algumas de vocês já repararamque eu acrescentei uma barrinha no topo do meu blog acerca do meu tempo de espera para ser mãe do coração. E vou contar o que despoletou isto.
No dia dos anos do Dinis, tinha eu ido busca-lo à escola, toca o meu telemóvel. Estava no bolso do casaco no banco de trás do carro e o Dinis foi logo busca-lo e atendeu a chamada. Começou a falar com a pessoa que estava do outro lado e quando eu perguntei quem era, ele disse que era da Optimus.
Parei o carro e atendi o telefonema, sendo que do outro lado uma senhora se identificou como sendo da Segurança Social e não da Optimus, como o meu filhote pensou ter ouvido.
Fiquei logo com o coração aos pulos, será que ia ser desta que o meu 2º filho ia chegar?????
Mas não, não tinha nada a ver com isso. Como eu tinha dito que ia mudar de casa, era para saber se eu ainda estava na mesma porque queriam mandar uma carta a informar da mudança do local de trabalho.
Fiquei logo desiludida e disse à senhora em causa que pensava que era o tal telefonema a dar-me uma criança, ao que esta respondeu que não, que isso ainda ia demorar muito tempo... Isto porque como tinha um filho só me podiam dar crianças mais novas que ele...
Saltou-me logo a tampa com este "muito tempo". Então 5 anos de espera (sem contar com o ano e meio que demorou só para me dizerem que estava apta para adoptar...) e ainda falta muito??????
Disse à senhora em causa (coitada, que nem deve ter nada a ver com o assunto, deve ser uma mera administrativa) que a minha paciência se estava a esgotar, que me tinham dito que ia demorar uns 6 anos e que esse tempo se estava a esgotar e que a partir dai não as ia largar com cartas, mail's e telefonemas até me darem uma criança.
Porque ter ido para o fim da lista por alteração no processo não é verdade, o meu filhote tem 4 anos agora e eu sempre pedi uma criança até aos 3 anos, onde está a alteração, estão a ve-la em algum lado?
E as listas nacionais de que tanto se fala na tv, com as quais ministros e secretários de estado enchem a boca, onde estão elas? Em que lugar estamos nós?????
Vou dizer-vos é preciso paciência para este pais. Ser pacifico é bom mas tambem tem as suas contrapartidas. Já sofri 8 anos com esperas, tratamentos, exames complicados, ansiedades e desilusões até conseguir o meu filho biológico, será que teria de esperar também 8 anos pelo filho do coração?????
Mas uma coisa vos posso garantir e se estiver ai alguém desse lado que trabalhe nesta área que me aguarde, em breve vou chatear e chatear e chatear até me darem o que eu tanto desejo: mais um filho.
E enquanto ele vem e não vem vou dando todo o amor e carinho que tenho a este fofinho lindo que eu adoro de paixão....
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2008
... e mais uma vez foi muito pouco caseiro. Mas até me faz alguma falta porque a senhora que me faza a limpeza à casa foi embora e agora isso está por nossa conta.
No sábado depois do almoço fui a um Encontro de Reflexão para candidatos à adopção e pais adoptivos. O encontro foi aqui:
(Seixal)
e deixei o meu filhote com o pai, os meus compadres e a sua filha.
Gostei do encontro e de conhecer um casal e um senhor que tinham adoptado. O casal já tinha uma filha biologica e ainda queria adoptar mais uma criança. O senhor era sozinho e tinha adoptado 2 crianças. Admirei a sua coragem, pois cada vez me parece mais que no nosso pais, adoptar não é considerado nada de bom mas muitas vezes quase se tratam as pessoas como esquisitos e estranhos. será que as pessoas não pensam que podria ser o filho dela, que poderam não ter condições para o criar e iam com certeza gostar que alguém lhes desse amor e carinho????
Não dá para entender, como digo gostei do encontro mas sai de lá mais desanimada do que tinha entrado. Fiquei a saber que as listas nacionais de que tanto se fala não existem (pois, eu até já sabia isso, mas constatar com outras pessoas esse facto faz de nós mais reais), que os processos são tratados de maneira diferente se forem entregues em sitios diferentes, que até dentro dos diferentes locais existem diferenças, se forem equipas distintas a tratar do assunto...
Tudo isto me irrita. Sempre achei que para assunto iguais o tratamento deve ser igual. Eu espero, espero, espero e o que me parece é que me vão dar uma criança quando eu tiver uns 100 anos. Também deu para perceber que não podemos ficar quietos à espera, temos de chatear, chatear, chatear. Por isso, a partir do próximo ano, é o que eu vou fazer!
Adorei conhecer a Mara, mamã da Nicole, que também é candidata à adopção e anda desesperada com o tempo que tem de esperar... Paciência, é o que temos de ter, amiga. Para quem não sabe, eu inscrevi-me em 2002 e fui dada como apta em 2004. Tanto tempo, certo?
Outra coisa que me deixou triste, foi que aundo me fui despedir da moça que representava a associação que organizou o encontro, ela me disse algo como "Você já tem o seu filho, por isso tem com que se ocupar". Eu detesto, detesto que me digam isto. Então por eu ter um filho já não tenho o direito de sonhar com outro, biologico ou adoptado? Tanta gente que pensa assim, que me diz isto. Mesmo quando um tratamento não resulta, lá ve a velha história de "Já tens um..." E depois, não posso ter mais? Não posso sonhar com uma casa cheia de crianças? Isso é um crime? Faz de mim egoista, por conhecer outras pessoas que ainda não conseguiram ser mães? Se eu pudesse, se eu tivesse algum poder sobre isso, dava-lhes sem pensar duas vezes, os filhos que tanto desejam. Mas para mim também o desejo, também o quero muito, muito, muito.
Bem, passando á frente, o meu filhote não me queria deixar ir para o encontro mas depois acabou por se divertir muito com os padinhos e a Pipa, sendo que depois fomos jantar e ainda um bocadinho para casa deles, para brincar mais um pouco.
Domingo, depois do almoço do costume em casa dos meus sogros, fomos dar uma voltinha com o piolho, adivinhem onde? Fácil, não é? Aposto que todos acertaram...
Para variar deu também para ele dar umas voltinhas de bicicleta, seguidas de uma visita à FIL, sitio onde o Dinis adora ir, pois tem muito espaço para correr, coisas para ver e sai de lá carregado de brindes (balões, rebuçados, canetas, etc).
Foi pois mais um fim de semana em cheio na vida da familia Pereira.
Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007
E se foi a minha ultima oportunidade de ser mãe de novo? E se ninguém aceitar receber os 2 irmãos antes do Natal?????
Confesso que ontem consegui se positiva com toda a situação mas hoje não consigo deixar de pensar no assunto numa prepectiva menos animada.
Talvez tenha a ver com o facto de eu estar doente, estou com anginas e ontem ao fim do dia teve de vir cá o médico a cada, temos uns médicos daqueles que se paga uma cota por mês e eles vem a nossa casa sempre que é necessário. Só vos digo que é um dinheiro bem emprege, pois ontem doia-me tanto o corpo que mal me conseguia levantar da cama. O médico, mal eu abri a boca, disse logo que tinha a garganta cheia de pus e receitou-me antibiótico e também uns comprimidos efervescentes para a febre e dores no corpo. Por isso hoje fiquei de castigo em casa mas o JD foi para a escola, senão não me largava o dia todo e eu tinha medo de lhe pegar o que tenho. Ainda por cima esta noite a tosse voltou mas foi o meu marido que tomou conta dele. Eu bem o ouvia tossir e choramingar no quarto, mas nem tinha forças para me levantar e ir ver como ele estava.
Além disso o meu inimigo nº 1 também deu um ar da sua graça e eu fico sempre mais sensivel nestas alturas, as hormonas ficam loucas e deixam-me super-sensivel. A realidade é que só me apetece chorar, só me apetece ligar para a assistente social e pedir para os meninos virem para minha casa, apesar de saber que por eu ter o meu filhote lindo, não mos iriam entregar. Mas a minha parte emocional hoje está ao rumbro e por isso estou assim, sensivel e infeliz.... Amanhã estarei melhor, acredito nisso e foi sempre esta minha maneira de ver a vida que me ajudou a sobreviver às tempestades que sempre a assolaram.
Fiquem bem e obrigada pelas vossas palavras carinhosas de apoio.
Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007
Tinha de vos contar o que se passa no meu peito e na minha cabeça, preciso de contar e só me ocorre o meu blog para o fazer.
Hoje pelas 14 horas e 30 minutos recebi um telefonema de um nº que não identifiquei e quando atendi percebi que era da Segurança Social, da parte das Adopções. O meu coração ficou logo aos pulos para saber o que ia acontercer.
A senhora do outro lado do telefone, por sinal muito simpática, disse-me que tinha para nos propor uma situação de 2 irmãos, uma menina de 4 anos e um menino de 5. Estas idades saiam do intervalo de idades que nós tinhamos colocado no impresso de candidatura, mas logo na altura as assistentes sociais tinha dado a entender que era dificil daram-nos um bebé pequenino, devido à nossa idade.
Pedi um tempo para falar com o meu marido e estava mesmo a imaginar já udo, mais 2 filhotes na minha vida,. que fantástico ia ser! Mas o meu marido é bem mais realizata do que eu, disse que nesta altura do campeonato, em que estamos prestes a mudar de casa, ia ser dificil incluir mais 2 crianças na nossa vida, com todos os encargos que dai viriam, incluindo roupa (o JD é mais pequeno) e escola (será que conseguiamos coloca-los na mesma escola do Dinis a meio do ano ou iamos ter de andar a correr de um lado para o outro?). Ele tinha razão, tinha toda a razão, eu fiquei logo super entusiamada mas agora não era a ltura ideal, com tantas despesas e mudanças que iam acontecer na nossa vida.
Telefonei para a assistente social e disse que não. Expliquei as razões, a mudança de casa, que tinhamos de pensar no nosso filho também. Ela ficou surprendida, não sabia que eu tinha um filho e disse que se soubesse não me tinha proposto estas 2 crianças, pois uma das regras é que o filho bilológico deve ser sempre o mais velho, para não desquilibrar o agregado familiar. Eu já tinha comunicado esta alteração, mas acho que se esqueceram de colocar no meu processo....
Perguntei se pelo facto de ter recusado 2 crianças iria se colocada de parte ou ia para o fim da fila de novo e ela disse que não, ficaria mais limitada a escolha por as crianças terem de ser mais novas que o Dinis, mas mais nada. Fiquei mais aliviada e convicta de que se tivesse aceitado a situação, ao saberem do meu menino, não me irm entregar as 2 crianças. Mas não consigo deixar de pensar nelas, espero que venham a ter uns pais com tant amor para lhes dar como o meu marido e eu teriamos para eles. Senti-me quase mãe de nov, entusiasmada e feliz, apesar da dor de garganta continuar e o mau estar no corpo.
Mas não posso impedir que as lágrimas me venham aos olhos quando penso nas crianças que não conheci mas das quais fui quase, quase mãe...
Tenho esperança que o dia em que o telefone toque novamente não demore muito, se não posso ter outro filho biológico, então que venha um do coração, que terá tanto amor à espera dele, que ele ou ela nem consegue imaginar. Filho, filha, estamos aqui à tua espera, não demores muito, está bem?