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Faz hoje 9 meses que perdi uma das pessoas mais queridas que tinha na minha vida e tenho de confessar que a recuperação está a ser muito complicada. Mas achei que a melhor coisa que podia fazer para homenagiar uma grande mulher (toda a gente que a conhecia dizia isso) seria contar a sua vida, aqui no meu blog, para que ficasse imortalizada para sempre nas ondas da internet. E quando eu terminar, vocês vão ver se a minha mãe foi ou não uma grande mulher....
A minha mãe foi a 12ª a nascer, filha que um casal que teve ao todo 13 filhos, sendo que a adultos só chegarm 8, estando neste momento apenas vivos 4. A vida nessa altura não era nada fácil e os meus avós viviam do que lhes dava a terra ou das ceifas, das searas ou da apanha do tomate, tudo emprego sazonais. Todos os filhos eram bons para puder ajudar a ganhar a vida mas a minha mãe não tinha jeito para a vida do campo. Começo a andar por volta dos 3 anos e só nessa altura lhe nasceram os 1ºs dentes. E mesmo depois de começar a andar, andava sempre a cair e a agricultura foi posta de parte. Ajudava na lida da casa desde pequena e tomava conta dos sobrinhos. Por volta dos 12 anos foi para casa de uns primos ajudar nas limpezas e nos cozinhados, mas era mal tratada, pois a senhora fazia-a passar fome, até um dia desmaiou de fraqueza. Os meus avôs foram informados e tiraram-na de lá. Reparem que eles faziam os filhos trabalhar desde tenra idade mas não era por isso que os amavam menos, antigamente era assim com toda a gente, qual trabalho infantil, qual quê, a vida era assim e pronto.
E os meus avós eram tão engraçados. Felizmente que eu os conheci, ao contrário dos meus avôs paternos (o meu avô faleceu antes de eu ter nascido e a minha avó quando eu tinha 2 anos de idade). A minha avó era pequenina, gordinha e muito faladora. O meu avô era alto, mais alto do que qualquer um dos netos, muito calado e sério, bastava um olhar reprovador dele e toda a gente ficava em sentido. Mas falarei mais eles um pouco mais à frente.
Aos 14 anos a minha mãe veio para Lisboa, para casa de uma tia que tinha ficado viuva recentemente e que não tinha filhos. Veio ajudar na lida da casa e aprender o oficio da minha tia: costureira. Foi aqui que ela conheceu o meu pai, que era sapateiro e trabalhava numa oficina em frente da casa onde ela morava. Casaram quando a minha mãe tinha 21 anos de idade. Claro que quiseram ter filhos, mas só 10 anos depois apareci eu, quando já nem contavam comigo. Naquela altura não havia a preocupação de se perceber porque não se tinha filhos, nem sequer os meios para isso, mas a minha mãe disse-me que o meu pai ainda fez um espermograma, não me disse foi o resultado, de qualquer maneira, aqui estou eu.
Mas não pensem que a vida foi fácil, não foi não. Quando eu tinha 5 anos, o meu pai teve um AVC e ficou paralisado do lado esquerdo do corpo. Apesar de criança, lembro-me bem desses dias. Eu tinha sofrido um pequeno acidente uns dias antes (tinha espetado um alfinete na perna e fui operada para o tirarem, o que não aconteceu, pois ainda vive comigo...) e tinha a perna com ligaduras e lembro-me de entrar no quarto dos meus pais e de algo não estar bem. Fui para casa dos meus padrinhos e brinquei tanto que as ligaduras cairam e eu fiquei proecupada com o que tinha feito.
O meu pai ficou internado muitos dias e quando finalmente saiu, nada voltou a ser o mesmo. Tinha muita dificuldade em andar e lembro-me que nem na cadeira acertava para se sentar, caia no chão e era a minha mãe que tinha de o ajudar a levantar. Com fisioterapia e muita força de vontade o meu pai voltou a andar quase normalmente, apenas arrastando a perna um bocadinho. Mas o braço, esse nunca mais se mexeu. Com o desgosto, entregou-se ao alccol e muitas vezes, eu e a minha mãe percorriamos as ruas à procura dele, para o encontrar caido numa valeta e lá o levantavamos e levavamos para casa de novo. Ficavamos tristes com ele, mas ele dizia que não voltava a faze-lo e claro, como não perdoar a alguém que se ama tanto, como nós amavamos o meu pai? Claro que a história repetia-se, às vezes logo no dia seguinte, mas nós acreditavamos sempre que essa era a ultima vez que tal acontecia.
O dinheiro também não abundava, pois a reforma por invalidez do meu pai mal chegava para os remédios que tomava, a minha mãe não podia trabalhar fora de casa pois tinha de tomar conta do meu pai e eu era uma criança. Tinhamos também a reforma da minha tia mas também era muito pequena. Felizmente a renda da casa era baixa e tinhamos ajudas dos meus tios, que traziam sempre legumes e hortaliças e dos meus padrinhos, que ajudavam na minha educação. Mas hoje olho para trás e nem imagino a ginástica que a minha mãe tinha de fazer, para que não nos faltasse comida na mesa. Roupa nova nunca tinha, era tudo em 2ª mão e arranjado pela minha mãe e brinquedos só no Natal e pelos anos. Mas eu era feliz, apesar de tudo.
Tinha eu uns 13 anos quando a minha avó teve também um AVC e ficou como o meu pai. Como era bastante idosa (tinha 80 e tal anos) deve de passar a estar um mês em casa de cada filho, bem como o meu avô. Os meus tios e tias não se compadeceram da minha mãe, por ter o marido doente, por isso de 7 em 7 meses (já tinha falecido um dos meus tios) a minha casa parecia um lar de 3ª idade. A minha mãe sempre tentou poupar-me a tudo, ajudando apenas no essencial.
Mesmo assim a porta da casa da minha mãe estava sempre aberta para acolher tios, tias e primos que vinha da terra a Lisboa, para consultas médicas ou só de férias. Tinha sempre um sorriso nos lábios e os braços abertos para receber toda a gente.
Os meus avôs faleceram, tinha eu uns 17 anos. 1º a minha avó (repetiu-se o AVC) e depois o meu avô, 6 meses depois, ele pura e simplesmente desistiu de viver, meteu-se na cama e nunca mais quis comer nem beber, dizia que não tinha razão para viver e acabou por morrer. Foi um peso a menos para a minha mãe mas todos lamentamos a sua partida.
Mais ou menos nessa altura foi detectado um cancro na prostata do meu pai. Foram 2 anos complicados, exactamente o tempo que os médicos disseram que ele ia viver. Comecei a trabalhar aos 18 anos, apesar de os meus padrinhos me terem proposto pagar o curso que eu quizesse, eu tinha de ajudar os meus pais. E o dinheiro do meu salário ia quase todo para a medicação do meu pai. Mas valeu pena e nunca, nunca me arrependi de tal. Faleceu quando eu tinha 19 anos e foi o realizar do pesadelo de todos os filhos que amam os seus pais.
Entretanto a minha tia, em casa de quem estavamos, ficou com Alzaimer e armava confusão o tempo todo. Eu estava a atravessar a minha adolescência e claro, sou igual a toda a gente e tive a minha fase um pouco mais rebelde, mas acho que ne correu mal de todo. Estava a estudar de noite e a minha tia faleceu quando eu tinha 24 anos. Era como uma mãe para mim e eu sei que fui a neta muito querida que ela nunca teve. Mas tenho de dizer que foi um alivio para a minha mãe.
Assim que tal aconteceu, o senhorio aumentou-lhe logo a renda, para um valor superior ao da reforma que a minha mãe tinha. Enquanto eu estive em casa, tudo bem, depois casei 2 anos depois e tive de continuar a ajuda-la. Ela lá fazia uns trabalho de costura, para o que tinha imenso jeito, tinha uma imaginação e sabia sempre o que ficava bem a cada corpo. Se tivesse nascido uns anos mais tarde e a vida lhe tivesse sorrido, sem duvida que teria uma marca de roupas com o seu nome e seria um sucesso. E não queria que eu lhe desse o dinheiro, por isso tratava da minha roupa e ajudava a limpar a minha casa.
Sempre lhe quis dar netos e sinto-me muito feliz por ela ter conhecido o seu neto, apesar de por uns breves 18 meses. Quando ele nasceu, ela nem quis saber de mais nada, já estava implicito que ia ser ela que ia tomar conta dele. Foi também ela que tomou conta da minha afilhada até quase aos 4 anos, altura em que ela entrou para o infantário e ela adorava a minha mãe, depois da mãe, vinha sempre a minha mãe, a sua Ju.
Em Junho do ano passado ela foi ao médico e queixou-se com perdas de sangue. Mais tarde confesso-me que já as tinha uando o JD nasceu mas como as análises e tosos os exames que fazia de rotina estavam bem, acho que eram hemorroidas e não ligou. Mas as perdas aumentaram de intensidade e frequenência e como tal foi fazer uma rectoscopia e logo uma biópsia. Foi-lhe detectado um cancro entre o recto e o cólon e deveria ser operada e fazer quimioterapia e radioterpia antes e depois. Mas não chegou lá. Só sei que quando a vida a estava finalmente a tratar bem, tudo acabou para ela. Não foi uma vida fácil, mas acredito que apesar de tudo, tenha sido uma vida feliz e que eu e o meu filho tenhamos contribuido para isso.
Por isso, se o Céu existe, ela está lá de certeza, pois merece-o e muito mais pela pessoa que foi e que deixou saudades e uma marca boa na vida de toda a gente que a conheceu. Nunca soube de nenhum inimigo que tivesse e sempre apazigoava as pessoas quando as coisas corriam menos bem. Era uma boa alma e partiu cedo demais. Uma amiga minha que acredita na vida depois da morte diz que foi por ela ser boa demais, por isso faleceu tão cedo, já tinha cumprido o seu destino na terra. Eu oiço todas as versões e continuo a dizer que ela merece o melhor que possa existir e que tenho a certeza, que onde quer que esteja, ela sabe que eu a amo muito e que tenho muitas, muitas saudades dela.....
Hoje vou responder ao Desafio lançado pela Maria, mamã do David
Eu quero: muita saúde para todas as pessoas de quem eu gosto
Eu tenho: o melhor filho do Mundo, o marido mais kido do Universo e os amigos mais amorosos do Sistema Solar;
Eu acho: que a vida nem sempre é justa!
Eu odeio: pessoas que tem a mania que são melhores que as outras;
Eu tenho saudades: da minha mãe :(
Eu escuto: as pessoas que acham que eu mereço ouvir as suas conversas;
Eu cheiro: o cheirinho de bebé do meu filhote;
Eu imploro: que o meu filho fique depressa bem, quando está doente e o vejo sofrer sem o puder ajudar;
Eu procuro: ser um boa pessoa para toda a gente que o merece;
Eu pergunto-me: se vou conseguir dar uma mana ou um mano ao meu filho;
Eu arrependo-me: de não ter tentado ter filhos mais cedo (para ai aos 12 anos... :) );
Eu amo: o meu filho, o meu marido, a minha família e os meus amigos;
Eu sinto dor: quando vejo as pessoas que amo a sofrer;
Eu sinto falta: a minha mãe :(
Eu importo-me: quando há injustiças;
Eu sempre: verifico 2 vezes se o meu filho está bem, antes de ir domir;
Eu não fico: a pensar no podia ter feito e não fiz, porque o que não tem remédio, remediado está;
Eu acredito: que vou tentar ser a melhor Mãe do Mundo;
Eu danço: gosto de me abanar, mas não sei se se pode chamar dançar...
Eu canto: tudo e mais alguma coisa, adoro cantar;
Eu choro: quando a vida não me corre de feição e vejo injustiças à minha volta;
Eu falho: quando não tenho paciência para algumas pessoas que me rodeiam;
Eu luto: para deixar um mundo melhor ao meu filho;
Eu escrevo: no meu blog com o coração nas mãos;
Eu ganho: quando vejo o meu filho sorrir;
Eu perco: a paciência com as injustiças do Mundo;
Eu nunca: deixarei de tentar ter mais um filho (a não ser quando entrar na menopausa);
Eu confundo-me: quando vou a um sitio onde já não vou há muito tempo;
Eu estou: com vontade de ir já buscar o meu filho à escola, para lhe dar muitos mimos;
Eu sou: amiga dos meus amigos;
Eu fico feliz: quando vejo o meu filho a dormir junto a mim;
Eu tenho esperança: de dar pelo menos um mano ou uma mana ao meu filho;
Eu preciso: de acreditar que o amanhã vai ser bom;
Eu deveria: cuidar mais de mim (arranjar mais vezes o cabelo, as unhas, comprar roupa nova para mim, em vez de para o meu filho);
E que responda ao desafio que se achar desafiada.
Queria também deixar uma beijoca à Liliana e seu anjo Rafael, que tem comentado o meu blog, mas não tem blog e eu que não tenho msn..... Eu beijo também para a Mª João, que também veio a este meu cantinho. Às outras meninas (e alguns meninos) amigas virtuais ou não, desejo um excelente fim de semana.
O dia 12 de Maio é e será sempre uma data muito especial para mim. Hoje faz 3 anos que fiquei grávida do meu filho. Nem toda a gente sabe exactamente quando ficou grávida mas quem faz tratamentos de infertilidade sabe perfeitamente a data em que isso aconteceu (e a hora também...). E à 3 anos atrás estava eu de repouso, muito quietinha e a rezar por um milagre. Tinham sido transferidos para a minha barriguinha 3 possiveis seres humanos, mas não era a primeira vez que tal acontecia e das outras vezes não tinha resultado. Mas eu agarrei-me a essa data e de terço na mão pedi à Nossa Senhora de Fátima que me ajudasse na realização do meu milagre. Seria pedir muito, para ter um filho? Não pedia nada de mais, não pedia para fazer mal a ninguém nem para prejudicar ninguém, só pedia que do meu ventre nascesse vida.
Não sou mais nem menos religiosa que a maior parte dos portugueses. A minha mãe era uma pessoa que ia muito à igreja, veio de uma aldeia ribatejana, onde o culto da religião católica era quase obrigatório. Passou-me um pouco da sua fé e até aos meus 5 anos ia todos os domingos com a minha mãe à igreja e agarrada à saia dela, lá ia eu ajuda-la a fazer o peditório da missa dominical. Quando tinha 5 anos, o meu pai teve uma trombose, ficou paralizado do lado esquerdo e teve de deixar de trabalhar. Tinha 45 anos.... A minha mãe tinha de cuidar dele e por isso deixou de frequentar a igreja e eu era uma criança mas não me lembro nada de a igreja a ajudar seja no que fosse. Mas fiz a 1ª comunhão, o crisma e a profissão de fé. Entrei na adolescencia e incompatibilizei-me com a igreja, pois não me identificava com a sua filosofia e achava a relegião católica muito machista, apenas com homens no papel principal. Mas sempre me identifiquei um pouco com a Nossa Senhora, principalmente depois de começar a ter os meus problemas de infertilidade. Ela era mãe e por certo compreendia a minha dor de não o conseguir ser. Rezei, rezei sim e porque não? Um pouco de fé nunca fez mal a ninguém e quando a tranferência dos meus possiveis filhos foi marcada para o dia 12 de Maio acreditei que desta vez é que ia ser. Mas não fiquei agarrada a esse sentimento. Fiz a minha vida normal, fui trabalhar, fiz tudo o que tinha a fazer e tive a boa noticia de que afinal estava grávida. Um dos meu embriões tinha-se agarrado com unhas e dentes à minha barriga e lá ficou durante os 9 meses seguintes. Foi um milagre? Para mim foi, e não será a vida, seja qual ela for, começe de que forma começar, um milagre? A maneira como nos desenvolvemos dentro das nossas mãe é um milagre, disso não tenho duvida. Será que eu acreditei mais do que das outras vezes? Será que por ter tido já tantos negativos estava mais descontraida e isso ajuda? Não sei, mas que resultou, resultou sim!
Se fosse uma menina, tinha-lhe chamado Maria. Com agredecimento e também porque acho um nome bonito. Mas foi um menino e mudou a minha vida, sem duvida, mas foi uma mudança que eu à muito tempo queria e desejava na minha vida. Só assim me senti verdadeiramente realizada, verdadeiramente mulher. E o dia 12 de Maio ficou para sempre assinalado na minha vida.
Como sabem estamos a tentar ter outro filho. E o meu inimigo nº 1 atrasou-se e eu fiquei logo a pensar: "Está ai o 12 de Maio à porta, será que vai ajudar de novo?" OK, OK, era pedir demais, não acham? Além disso, desde que a minha mãe morreu, deixei de conseguir rezar, eu tento mas não consigo. Deixei de acreditar, deixei de conseguir pedir ajuda superior. É que sempre que algo de bom me acontece, depois vem sempre algo de mau. É o equilibrio do universo, eu sei, mas não dá para equilibrar para outro lado, só uma vez, para variar????
Dia 23 tenho o resultado das análises e dia 29 já marquei consulta para a minha médica de infertilidade. Talvez saida do consultório com um novo tratamento em vista. Talvez.... E eu vou partilhar tudo com vocês, apetece-me. Quando fiz os meus 1ºs tratamentos não sabia com quem falar acerca deles, a minha confidente era a minha mãe. Posso falar-lhe na mesma, mas os seus conselhos sábios e a sua mão amiga no meu ombro não vai estar lá, por isso conto com vocês para me animarem quando eu precisar, pode ser?
E para terminar, nada melhor que a cara da melhor coisa que eu fiz na vida, a razão do meu viver e o sol da minha vida. Aqui está ele com um dos seus amigos favoritos, o Ruca.
Ontem foi Dia da Mãe e desejo que todas as mamãs e futuras mamãs tenham tido um bom dia e que aquelas que ainda não alcançaram o seu sonho, o consigam fazer para terem um Dia da Mãe em cheio no proximo ano.
Por mim este dia podia nem ter existido, o calendário podia ter simplesmente saltado de 5 de Maio para 7. Foi o meu 1º ano em fui apenas mãe e não filha. Foi um dia que eu temia à muito tempo e para o qual começei a chorar uma semana antes, perante a prespectiva de o ter de viver sem a minha mãe. Só mesmo o meu filho, que me acordou com muitos e muitos beijos, para me fazer sentir um pouco melhor. Até parecia que ele percebia que eu estava mesmo a precisar do seu carinho e dos seus mimos. Domiu na minha cama, bem juntinho a mim, pois eu queria sentiro seu calor, o meu cheiro, a sua mãozinha pequenina a mexer na minha cara enquanto dormia.
O ano passado pro esta altura, ofereci à minha mãe uma prendinha e um postal no qual dizia que a adorava e agradecia tudo o que ela sempre fez por mim e só desejava que ela me ajudasse a criar o meu filho como ela me criou a mim. Ela chorou. Na altura pensei que se tinha comovido com as minhas palavras mas depois percebi que já não se devia sentir muito bem. Se eu tivesse adivinhado, se eu soubesse, se eu pudesse ter feito mais por ela.... Achamos sempre que ficou tanta coisa por dizer, tanta coisa para fazer, queriamos sempre mais um bocadinho para lhes podemos dizer tudo aquilo que sentimos. As minhas ultimas palavras para com a minha mãe foram: "Gosto muito de ti, mamã". Teria dito outra coisa se soubesse que era a ultima vez que a via com vida? Não sei, na vida só podemos seguir um caminho uma vez e não podemos voltar atrás nunca.
Fui almoçar a casa de uma tia minha, que a minha mãe adorava e que achou que eu não devia ficar em casa a pensar em tudo isto, pois os meus sogros nem sequer cá estavam, tinham ido para a casa que tem na terra, e acho que me fez bem. Mas depois do almoço fui ao cemitério por uma flores na campa da minha mãe e ai ficou tudo pior, o sol brilhava mas para mim parecia que estava tudo cheio de nuvens à minha volta. É uma dor enorme, um aperto no peito, um frio no estômago, a recordação do que foi e nunca mais vai ser.
Fui mãe e filha 2 anos e isso nunca se irá repetir, até porque o meu pai morreu quando eu tinha 19 anos e não tenho irmãos, por isso tenho mesmo o que filhote, que é tudo o que sempre quis na vida e que me faz sentir que tudo vale a pena, mesmo quando me desliga o computador depois de eu ter escrito esta mensagem e me faz escrever tudo de novo.
Para ajudar o meu estado de espirito, o meu inimigo nº 1 deu o ar da sua graça ontem ao fim do dia, para dizer: "És mãe uma vez mas ainda não é desta que vais ser de novo...." por isso vou fazer as análises 4º feira e o meu marido também. Tem de ser agora, é agora ou nunca e seja o que for, pelo menos vou tentar de novo, mais um tratamento e depois vê-se como corre de dinheiro. Isto claro, se os exames estiverem todos bem, só análises tenho 39 para fazer, pouco não é?
Agora vamos à parte boa desta mensagem, que já vai melancólica que chegue, ou seja, as prendas do Dia da Mãe, vejam o que recebi:
Recebi um telegrama de chocolate, ao qual achei muita piada, e agora nem me apetecia come-lo, haverá alguma maneira de conservar chocolate, sem que ele se estrague????
Este foi o postal que recebi e que tem muito trabalhinho a virar folhas para se ler a mensagem final, ora vejam:
E por fim....
Mas é fofo, não é? Só que a minha previsão é que vai durar muito pouco tempo, porque o JD está sempre a abrir e fechar o postal, para ver o coelhinho que tá lá dento.
Para mim o mais lindo de todos foi a prenda que ele fez na escolinha para mim
Foi ele que escolheu que ia ficar na sala e quando eu digo: "Que coisa mais linda tu fizeste para a mamã" ele responde: "Não fui eu, foi a pofessora!". Bem, quem diz a verdade não merece castigo....
Olá, eu sou o JD e hoje apanhei a minha mãe distraida e resolvi invadir de novo o blog dela. Mas é por uma boa causa e tenho a certeza que ela não se vai zangar.
É que ela deixou aqui uma mensagem à minha madrinha à uns dias mas o meu padrinho também merece ums miminhos, não só por ser o melhor padrinho do Mundo mas também porque faz hoje 37 aninhos (posso dizer, não posso?).
Eu sei, padinho, que tu não gostas muito de ver fotos tuas na net, pois nunca se sabe quem as vai utilizar, mas eu sou pequenino e por isso vais ter de me desculpar, eu prometo que peço à mamã para as tirar daqui a uns dias, OK?
Antes de eu nascer tu já eras o meu padrinho e por isso aqui vai a nossa 1ª foto juntos
Eu era muito pequenino e só tinha 3 dias, mas tu soubeste pegar bem em mim ao colo e fizeste este ar babado.
Dai a um mês, cá estamos de novo, numa sessão fotográfica que tu e a madrinha me fizeram, mas acabaste por ser apanhado também.
Aqui já tenho 5 meses e a madita também ficou na foto, mas digam lá se não ficamos todos bem juntos???
E esta é mais recente, foi quando me levaste ao Zoo e estavamos os 2 a ver os golfinhos, gostei tanto de vos ter por perto, acho que ainda mais do que dos bichinhos que vimos.
Por isso, padinho, quero desejar-te um feliz dia, desta maneira especial e que estejas presente sempre na minha vida durante muitos e longos anos.
Beijocas e gosto muito de ti!!!!!
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